Com frequência respondo perguntas dos
meus alunos e participantes das minhas palestras sobre a correta forma de
elaborar um currículo vitae. São perguntas do tipo:
- Devo anexar cópias ou fornecer número
dos meus documentos?
- Devo inserir foto?
- O que não posso colocar? E o que não
posso deixar de citar?
- Atuei em várias empresas. Devo
relacionar todas?
- Com relação a minha formação
acadêmica? Devo citar todas as escolas e todos os cursos que já participei?
- E com relação às minhas
características pessoais? Devo cita-las?
E as perguntas não param por aí.
Há um interesse em fazer o “correto”,
pois o currículo é a oportunidade inicial de convencer o selecionador que a
participação daquele candidato no processo seletivo será benéfico para a
empresa. Por essa razão não podem errar.
O assunto desperta tanto o interesse
que em uma rápida pesquisa em um site de busca, apresenta mais de 150.000
resultados.
É interessante analisar as informações
encontradas. Cada especialista apresenta a sua versão como certa, muitas delas
divergentes. Um exemplo claro é a situação da colocação de foto no documento. Enquanto
um afirma categoricamente que não deve ser colocada, outro afirma, também
categoricamente, que deve sim ser disponibilizada. Encontrei uma resposta que
me causou estranheza: ele afirma que a foto só deve ser colocada, se a função
exigir boa aparência e se o candidato atender este requisito.
Todos sabemos que, pelo menos
oficialmente, as empresas não podem exigir esse tipo de “requisito” de qualquer
candidato. Alguns veículos de comunicação chegam a vetar anúncios de clientes que
contenham essa informação, caso alguma empresa, menos esclarecida tente fazer a
divulgação de alguma vaga com essa informação. Logo, como é que o candidato
pode atender a essa solicitação da empresa se é algo que não está de acordo com
os preceitos legais e éticos?
A realidade é que não existe uma
maneira correta de elaborar um currículo, pelo simples fato de que ainda não
existem normas técnicas para tal fim. Logo, cada especialista vai dando os seus
critérios como “certos” e, portanto, adequados para participarem dos seus
processos.
Neste caso, o candidato só deve contar
com a sorte para que o seu currículo chegue nas mãos do selecionador que
considere como correta a maneira como foi elaborado.
Apesar da falta de normas e das
informações desencontradas, algumas orientações são bem recebidas pela grande
maioria dos selecionadores. Entre elas podem ser destacadas:
·
Os
dados pessoais devem estar completos,
·
Os
contatos devem estar fáceis de visualizar,
·
O
objetivo deve ser onde desejar atuar e não colocar frases que não apresentam
informações relevantes do tipo: “contribuir com o meu trabalho para o
desenvolvimento e blá, blá, blá...”
·
Não
há a necessidade de anexar documentos.
Um procedimento que é recomendado é
que o documento tenha uma página apenas, mas com o tamanho da fonte legível. Em
casos especiais, usar no máximo duas páginas. Mais que isso o selecionador não
terá disponibilidade para ler.
Não há a necessidade de informar todos
os cursos que o candidato participou. Nesta situação destacar os cursos que
estão relacionados à vaga e/ou o curso de maior relevância. Exemplo: se o
candidato é universitário, ele não precisará citar que conclui o segundo grau,
pois é uma situação óbvia.
Logo, é recomendável que o candidato
elabore mais de uma versão do seu currículo. Cada uma direcionada para
determinada vaga.
É aconselhável que o candidato também
destaque ações concretas que realizou nos últimos empregos, quantificando os
resultados, se possível.
Ações que comprovem que o candidato leva
uma vida regrada também podem fazer a diferença. Portanto, se pratica esportes,
faz algum trabalho voluntário ou alguma ação que mereça destaque, também deve
ser citada.
O candidato deve ter muito cuidado com
a estética do documento, com a clareza das informações e revisar, mais de uma
vez, o vocabulário utilizado e realizar a correção ortográfica. É desnecessário
dizer que informações inverídicas devem ser abolidas.
Para casos específicos, como os
candidatos às carreiras acadêmicas, onde há a necessidade de maiores
informações, há o Currículo Lattes.
Desmistificado o assunto, só resta
desejar que você tenha sorte, vá em frente e seja feliz!
(*) Odilon Medeiros – Consultor em gestão de
pessoas e palestrante, Mestre em Administração, Especialista em Psicologia
Organizacional, Pós-graduado em Gestão de Equipes, MBA em Vendas Contato: om@odilonmedeiros.com.br / www.odilonmedeiros.com.br
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