Colaborei com essa matéria
Aprenda a se
apaixonar pelo seu trabalho novamente
Confira sete dicas práticas para tomar gosto pela sua rotina
profissional – ou simplesmente torná-la mais leve enquanto outro emprego não
aparece
Talita Abrantes,
São Paulo – Já se
foram os tempos em que rumar para o trabalho era só empolgação? Agora, ao
colocar os pés na empresa você já começa a contagem regressiva para o fim do
expediente? Sinal vermelho, então.
Mas antes de seguir
seus impulsos e sair por aí distribuindo currículos, é preciso parar e avaliar
se vale a pena continuar na companhia – apesar da sua insatisfação. Se a
conclusão for positiva, então é hora de se movimentar para aprender a gostar do
trabalho novamente.
Muitas vezes a
insatisfação com o trabalho pode não ter um motivo muito claro. Você
simplesmente não está bem com a situação, mas não consegue nomear precisamente
os porquês. “Isso é um sintoma. E como uma doença, as causas precisam ser
investigadas”, afirma José Augusto Figueiredo, COO da DBM na América Latina .
EXAME.com elencou os sete
motivos que mais influenciam negativamente seu gosto pelo trabalho e como
amenizá-los. Mas não espere fórmulas prontas e sucesso imediado. Afinal,
“aprender a gostar do que a gente tem que fazer é um sinal de maturidade”,
afirma Eliana Dutra, diretora executiva da Pro-Fit Coaching &
Treinamento e vice presidente da International Coach Federation – Brazil.
Motivo
1: Tudo é muito entediante
Quando o expediente
se transformar em uma sucessão de momentos de puro tédio, o melhor remédio é se
reinventar. “A primeira grande pergunta a se fazer é ‘quais os novos desafios
que posso adicionar à minha posição?’”, diz Eliana.
De acordo com a especialista, o tédio é, muitas vezes, resultado direto
do fato da pessoa estar alojada à zona de conforto – sem qualquer perspectiva
(e coragem) de sair de lá.
Por isso, comece
olhando ao seu redor. Converse com subordinados, pares ou até mesmo chefe para
desvendar quais processos podem ser melhorados e tome o desafio para si.
No dia-a-dia, revolucione sua rotina. Por exemplo, se sua primeira tarefa do dia é lidar com a pilha de papeis que se acumulam sobre a sua mesa, comece o expediente respondendo e-mails ou fazendo algumas ligações.
Motivo 2: Sua carga de trabalho é insuportável
As longas horas
atribuladas de expediente tiram todas as suas energias e alegrias para começar
o dia seguinte? Então, aprenda a compartilhar.
Sim, exatamente. A
arte de delegar tarefas é subestimada por boa parte dos profissionais, mas é
essencial para que o trabalho seja feito com qualidade – e sem que ninguém se
mate por isso. Agora, óbvio, que a ideia não é sobrecarregar outra pessoa. Mas
sim compartilhar atividades com bom senso.
Agora, se delegar
tarefas está fora de cogitação, a dica é aprender a definir quais são as
atividades prioritárias e dar a devida atenção a elas.
Uma das leis mais essenciais da economia, desenhada por Vilfredo Pareto, determina que 80% dos resultados são oriundos de apenas 26% dos esforços aplicados. Isso só acontece porque a dedicação é direcionada para tarefas realmente importantes.
Feito isso, é hora de organizar a sua rotina. Nesse ponto, vale recorrer a alguns métodos disponíveis no mercado como o Getting Things Done (GTD), elaborado com base em uma combinação simples entre organização de agenda e lista de prioridades.
Fique atento para os momentos do dia em que você tem mais disposição. Reserve esses períodos para as tarefas mais complexas.
Motivo 3: Você não é valorizado
Às vezes, você até pode estar fazendo tudo da maneira mais excelente possível, mas seu chefe ou cliente simplesmente não consegue (ou não sabe) parar para aplaudi-lo por isso.
Casos como esse,
muitas vezes, dependem apenas de uma coordenação de expectativas do gestor e do
funcionário. Questão que uma boa conversa pode resolver. “Pode ser que a pessoa
não está dando o melhor na percepção de quem trabalha com ela”, afirma
Figueiredo.
Basta perguntar, de
maneira educada se seu trabalho está atendo as expectativas. Se a resposta for
negativa, não se ofenda. Essa pode ser uma oportunidade de ouro para se
reinventar profissionalmente.
Motivo 4: Seu chefe é um terror
Se você está no grupo
das pessoas que consideram o próprio chefe incompetente ou que, simplesmente,
não o suportam, cuidado. Esse ponto é um dos principais fomentadores de
insatisfação no trabalho.
Como resolvê-lo?
Novamente, com uma boa conversa. E de novo, sem pedras nas mãos.
Se você não concorda
com algum método de trabalho do seu gestor, aponte novas sugestões. Mas a
melhor maneira de criticar o chefe
sem desagradar é baseando-se em dados e argumentos sólidos – da
maneira mais diplomática possível.
Agora, se o problema é de tom de relacionamento, a dica é mostrar como você se sente. De uma maneira objetiva, mas sem ser ríspido demais.
Agora, se o problema é de tom de relacionamento, a dica é mostrar como você se sente. De uma maneira objetiva, mas sem ser ríspido demais.
Motivo 5: Seu santo não bate com o de alguém
Problemas de
relacionamento com colegas de trabalho também contribuem para que o clima na
empresa fique mais pesado e sua insatisfação aumente. Restringir a relação
apenas a assuntos profissionais ou colocar a questão na mesa (de maneira calma,
porém direta) podem ser boas soluções práticas.
Mas antes de tudo é preciso
também aprender a lidar com as diferenças e respeitar o outro por isso. “Não é
porque a outra pessoa pensa diferente de você que ela está errada”, lembra
Eliana.
Motivo 6: Você não se encaixa
Fora essas razões, a insatisfação
profissional pode ser, em alguns casos, uma consequência direta do descompasso
do trio vocação, talento e trabalho. Mas, mesmo nesses casos, segundo os
especialistas, é possível reverter o processo – mesmo que apenas durante o
período em que você se organiza para um novo horizonte profissional.
Eliana lembra do caso de um
cliente que trabalhava na área de vendas, mas que se sentia desconfortável ao
apresentar um produto. “Ele sentia que tinha que fazer uma autopromoção e, por
isso, sempre ficava sem jeito”, diz a especialista.
Para resolver o dilema, a dica de Eliana para ele foi simples: mudar a maneira de enxergar o trabalho. “Aconselhei-o a encarar a função como uma maneira para fazer amigos”, conta. “A partir disso, ele poderia conhecer a pessoa e as necessidades dela, assim apresentar o produto como uma solução. Para ele, essa fórmula deixava tudo mais fácil”.
Para resolver o dilema, a dica de Eliana para ele foi simples: mudar a maneira de enxergar o trabalho. “Aconselhei-o a encarar a função como uma maneira para fazer amigos”, conta. “A partir disso, ele poderia conhecer a pessoa e as necessidades dela, assim apresentar o produto como uma solução. Para ele, essa fórmula deixava tudo mais fácil”.
Motivo 7: Nada anima você
Pode ser que todas as
alternativas estejam esgotadas. Essa é a hora de colocar seus valores e
objetivos futuros lado a lado com os valores e missão da empresa.
Diante deles, questione o sentido
para você continuar ali.“Todos precisam encontrar uma razão que justifique o
que fazem”, diz Odilon Medeiros, psicólogo organizacional.
Se encontrar, ótimo. Você tem em mãos uma arma poderosa contra o desencorajamento.
Se encontrar, ótimo. Você tem em mãos uma arma poderosa contra o desencorajamento.
Mas se nada disso faz sentido
para sua vida, talvez seja o momento de planejar uma reviravolta profissional.
“As decisões não podem ser apenas baseadas em conteúdo emocional. É
preciso fazer um planejamento”, diz o especialista.
E isso demanda organização
financeira e um profundo conhecimento de si mesmo.
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