Recentemente fui convidado por um dos
meus mestres a proferir uma palestra que abordasse sobre o que as empresas esperam dos gestores
nessa nova configuração dos mercados.
Comecei
então a refletir sobre o tema proposto e cheguei à conclusão que não se tratava
apenas de esperar dos gestores, mas também de oferecer, ou seja, um
intercâmbio, uma troca, já que as empresas e os colaboradores ofereciam, mas
também esperavam receber algo em troca, simultaneamente.
Para ter uma
referencia me reportei ao passado e constatei que, apenas entre 1940 e 1942,
essas “trocas” começaram a ser formalizadas, com a instituição do
salário-mínimo e da CLT. De uma maneira geral, as empresas ofereciam apenas o
que a lei determinava e recebiam em troca dos funcionários horas de
trabalho. Vale salientar que isso era
muito para quem, até então, não tinha nada.
Entre os
anos 60 e 70 prevalecem os contratos de trabalho estabelecidos informalmente. E
assim fica claro que um lado começa a sair perdendo neste processo. Neste caso,
o do empregado.
Para
minimizar os prejuízos com esse processo, entre o final dos anos 70 e início da
década de 80, o trabalhador reivindica um desenvolvimento econômico atrelado ao
desenvolvimento social.
A década de 90 começa com crises
econômicas no país e altas taxas de desemprego. Cenário nada propício para se
negociar nas trocas. Quando surgia qualquer oportunidade, o trabalhador
simplesmente aceitava o que era oferecido: se ele não aceitasse as condições
impostas, o outro aceitaria e ele continuaria sem emprego. Era o tipo de troca
ganha-perde, onde a empresa ficava com a primeira parte e o trabalhador com a
segunda.
A partir do ano 2000 começam os
processos de profissionalização das empresas e dos trabalhadores, que se
estenderam até o momento atual. Destaco que, em uma rápida análise, observo que
até então, o trabalhador levou desvantagem nestes processos. Mas, nesta nova
fase, as exigências começam a ser maiores e as trocas, muito mais negociadas
por todos os envolvidos. Pode até ser afirmado que, já é possível pensar em uma
classificação ganha-ganha.
Atualmente os gestores já entendem que
para se tornarem produtivos, precisam investir fortemente nestes processos de
troca. Ou seja, sabem que podem solicitar alguma coisa das empresas, mas em
contrapartida, devem oferecer algo (não necessariamente nesta ordem) que vá
além dos portões da instituição: que favoreça a sociedade.
Claro que não é tão simples assim,
tampouco na amplitude necessária, mas é inegável que essa ação já é uma
realidade.
Neste processo, o gestor deve
solicitar:
o
A
si mesmo: que tenha bons conhecimentos da tecnologia utilizada no
desenvolvimento das suas atividades, seja globalizado, tenha um comportamento
exemplar, que cuide do seu “eu” (corpo, mente e espírito), tenha um perfil
profissional (Autônomo, colaborativo, versátil, empreendedor, que tenha
autoconhecimento e competência emocional, etc.), que seja um líder ecológico
(aquele que se preocupa em saber se o resultado das suas decisões será positivo
para ele mesmo, para a empresa, para a sociedade).
o Ao colaborador: que esteja aberto ao intercambio
de experiências, tenha autogerenciamento das atividades/autonomia, que seja
responsável.
o A empresa: que dê apoio para as suas
iniciativas.
Como
é uma troca, o gestor deve oferecer:
o
Ao
colaborador: ouvir o que ele tem a dizer e considerar o seu pensamento, considerar
também a individualidade, dar feedback constantemente mesmo que de maneira
informal, possibilitar as boas relações interpessoais, desenvolvimento
profissional, abertura para trabalhar com a diversidade, investimentos em
qualidade de vida no trabalho, senso de justiça, entre outros.
o
À
empresa: ideias criativas e produtivas, operar com as instabilidades do
mercado, simplificação de processos, visão além de, e bons resultados, no
mínimo.
o
Ao
mercado: excelente formação profissional, diferenciais e inovação.
o
À
sociedade: responsabilidade social, sustentabilidade e outras demandas.
Diante do que foi dito até aqui,
reflita e se conscientize de que, todos nós queremos receber, mas para isso
ocorra, alguém precisa oferecer. Caso contrário esse nosso objetivo nunca seria
alcançado. Concorda? Então, faça a sua parte e seja feliz. Que assim seja!
(*) Odilon Medeiros
– Consultor em gestão de pessoas, palestrante, professor universitário, mestre
em Administração, especialista em Psicologia Organizacional, pós-graduado em
Gestão de Equipes, MBA em vendas Contato: om@odilonmedeiros.com.br / www.odilonmedeiros.com.br
NOTA DO AUTOR:
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em qualquer veículo sem que isso represente a necessidade de pagamento ou
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autor.
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