Infidelidade organizacional é um termo
utilizado para descrever uma situação a qual os gestores estão sendo submetidos
com muita frequência: os colaboradores que decidem se desligar da empresa. Teóricos
chegam a destacar que a infidelidade é uma das características da carreira
empreendedora. Você concorda com essa afirmação?
Infidelidade: segundo definição
encontrada em alguns dicionários, e que está formatado na nossa mente, é uma
ação ligada à traição, à falta de exatidão ou de verdade, à transgressão. Todos
são termos muito fortes e que não condizem totalmente com a verdade, no que se
refere ao aspecto que estamos lidando neste momento.
A sociedade está mudando; o nosso
comportamento está mudando. Logo, o nosso entendimento, a nossa visão não pode
se manter presa a aspectos passados.
Vamos analisar a seguinte situação:
·
Muito
já se discutiu sobre a importância do gestor realizar ações que resultem na retenção
dos talentos da sua equipe. Entretanto, nenhuma técnica ou ação é garantia de
sucesso.
·
Sabemos
que somos eternamente insatisfeitos e vale destacar que não há mal nenhum
nisso: pelo contrário, é bom pois nos motiva.
·
Estamos
cientes que nada está tão bom que não possa ser aperfeiçoado e é isso que
buscamos fazer no nosso dia-a-dia.
Diante deste cenário, inexistem razões
para evitarmos o nosso desenvolvimento profissional. Pode até parecer uma
afirmação fria, mas é a realidade e o gestor necessita entender que, a partir
de agora, vai precisar aprender a lidar com o fenômeno do auto desligamento do
colaborador.
Saibam que, as oportunidades surgidas
com a situação econômica do país, o apagão de talentos e a queda nas taxas de
desemprego estão fazendo com que os colaboradores mudem de emprego muito
rapidamente. Em uma proporção que nunca foi vista antes, segundo informações do
Ministério do Trabalho e Emprego e Dieese.
Para que se tenha uma ideia do que
estou falando, segundo informações dos órgãos acima, enquanto em 2006 a taxa de
colaboradores com mais de cinco anos de empresa estava em 41,9%, em abril deste
ano estava em 36,4%. Destaco que a taxa de rescisão por iniciativa do
colaborador também sofreu alteração: em cinco anos passou de 16,4% para 19,4%.
Essas informações englobam diversas
categorias profissionais: de empregados domésticos a altos executivos.
Algumas situações são tão drásticas
que empresas chegam a perder equipes inteiras.
Normalmente essa busca pelo
desenvolvimento profissional considera não apenas o salário, mas outras
condições como o relacionamento com a liderança (aliás já ouvi falar que o
colaborador não se desliga da empresa; se desliga do seu responsável direto),
metas reais, desafios a serem enfrentados, qualidade de vida, etc.
Por outro lado, neste processo, o
colaborador precisa agir de forma ética para evitar ser classificado com infiel
e ter a sua imagem comprometida. Por exemplo, se ele deixa a empresa de forma
repentina, sem preparar um substituto, comprometendo a operação do setor, cria
no novo gestor o sentimento de que a cena pode se repetir com a sua gestão. Ou
seja, o colaborador já chega com a confiança comprometida e profissionalmente,
isso não é bom.
Quando a situação é bem administrada,
as portas ficam abertas e o colaborador pode até voltar a fazer parte da equipe
a qual estava ligado ou a outra na mesma instituição.
Outro dia li uma resposta dada por um consultor
em uma revista especializada. O leitor questionava se é recomendável investir
na capacitação/formação de alguém que a qualquer momento poderia abandoná-lo. A
resposta foi mais ou menos assim: não recomendável é permanecer com alguém na
equipe sem capacitá-la. Riscos, corremos todos os dias, sejamos colaboradores
ou gestores e nem por isso vamos deixar de viver. Perder ou ganhar alguém para
a nossa equipe, faz parte do mesmo jogo. Entretanto, se você está perdendo mais
que ganhando, algo está errado. E neste caso, evite procurar culpados, foque
nas causas e as elimine, pois, deste modo, as chances de sofrer com a tal
infidelidade serão reduzidas.
Seja fiel aos seus princípios e aos
princípios dos outros. Tenha novos entendimentos sobre velhos paradigmas. Faça
a sua parte e seja feliz. Que assim seja!
(*) Odilon Medeiros
– Consultor em gestão de pessoas e palestrante, Mestre em Administração,
Especialista em Psicologia Organizacional, Pós-graduado em Gestão de Equipes,
MBA em Vendas Contato: om@odilonmedeiros.com.br / www.odilonmedeiros.com.br
NOTA DO AUTOR:
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em qualquer veículo sem que isso represente a necessidade de pagamento ou
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